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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Mantra Ganapati e Ganesha

Mantra: Om Gam Ganapataye Namaha
pronuncie: om gam ganapataie namarrá


Saudação invocando Ganapati, um dos nomes do Deus Ganesha, para remover todo tipo de obstáculo, seja emocional, material ou espiritual.

Seu significado numa tradução bem literal seria: "Om e saudações àquele que remove obstáculos do qual Gam é o som seminal".


É considerado um Mantra muito poderoso e de efeito imediato. Pode ser entoado até nas situações de perigo iminente como risco de assaltos ou em situações de brigas e conflitos nas quais considere-se correr risco de vida.


Tudo em Ganesh tem um sentido, uma lição de vida.

A grande cabeça de elefante é para pensarmos muito; as orelhas grandes para ouvirmos mais. Os olhos pequenos lembram de nos concentrarmos e a boca pequena, de falarmos menos. Na mão direita, Ganesh traz um machado que é para cortar todas as ligações, os apegos. E, na mão esquerda, além de uma flor, segura uma corda que serve para manter a pessoa próxima da sua meta. O atributo mais interessante de todos, presente em todas as gravuras de Ganesh, é o rato, que representa o desejo e o ego. Você somente pode montá-lo se o controlar, senão ele causa destruição.

Muito querido e respeitado em toda a Índia, de norte a sul e em todos os templos, existe uma imagem sua à porta, guardando o recinto, como fazia quando criança, na casa da sua mãe.

Está associado às crianças, à comunicação, à inteligência, à força intelectual e ao dever. Guia a humanidade e seus caminhos na vida, iluminando-nos. É considerado também o protetor e inspirador dos escritores. De acordo com uma lenda, Ganesh, a pedido de Brahma, extraiu um pedaço do próprio dente e o cedeu ao sábio Vyasa, para que ele pudesse escrever o épico Mahabharata.

sábado, 3 de outubro de 2015

Significado do mantra Hare Krishna rama


A consciência de Krishna não é uma imposição artificial sobre a mente. Essa consciência é a energia original da entidade viva. Quando ouvimos a vibração transcendental, essa consciência é revivida.


A vibração transcendental estabelecida pelo cantar de Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare é o método sublime para se reviver a nossa consciência transcendental. Como almas espirituais, nós todos somos originalmente entidades conscientes de Krishna, mas, devido à nossa associação com a matéria desde tempos imemoriais, a nossa consciência está adulterada pela atmosfera material. A atmosfera material, na qual todos nós estamos agora vivendo, é chamada de maya, ou ilusão. Maya significa “aquilo que não é”. E o que é essa ilusão? A ilusão é que nós todos estamos tentando ser senhores da natureza material, ao passo que a verdade é que estamos sob o jugo de suas leis estritas. Quando um servo artificialmente tenta imitar o mestre todo-poderoso, é dito que ele está em ilusão. Tentamos explorar os recursos da natureza material, mas, na verdade, nós ficamos cada vez mais atados, enredados em suas complexidades. Portanto, embora ocupados em uma árdua luta para conquistar a natureza, estamos sempre mais dependentes dela. Essa luta ilusória contra a natureza material pode ser parada de uma só vez ao revivermos a nossa eterna consciência de Krishna.

Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare é o processo transcendental para se reviver essa consciência pura e original. Cantando essa vibração transcendental, podemos eliminar todas as dúvidas do nosso coração. O princípio básico de todas essas dúvidas é a falsa consciência de que somos o senhor de tudo o que está ao nosso alcance.

A consciência de Krishna não é uma imposição artificial à mente. Essa consciência é a energia original e natural da entidade viva. Quando ouvimos essa vibração transcendental, essa consciência revive. Esse método, o mais simples, é recomendado para esta era. Ademais, através da experiência prática, a pessoa pode perceber que, por cantar esse Maha-mantra, a grande oração para a libertação, ela pode sentir o êxtase transcendental advindo da dimensão espiritual.

No conceito material de vida, estamos ocupados na gratificação dos sentidos, como se estivéssemos no inferior estado de vida animal. Uma pessoa um pouco acima desse estado de gratificação dos sentidos é aquela ocupada em especulação mental com o objetivo de se libertar das garras da matéria. Um pouco acima desse estado especulativo, quando se é inteligente o suficiente, está aquele que tenta encontrar a suprema causa de todas as causas, interna e externamente. E quando está verdadeiramente no plano da compreensão espiritual, ultrapassando todos os níveis dos sentidos, da mente e do intelecto, tal pessoa está no plano transcendental.

O cantar do mantra Hare Krishna advém da plataforma espiritual, e, deste modo, essa vibração sonora ultrapassa todos os níveis inferiores de consciência: sensorial, mental e intelectual. Não há necessidade, portanto, de entender a língua do mantra, nem há necessidade alguma de especulação mental ou qualquer ajuste intelectual para o cantar do Maha-mantra. É espontâneo, originário da plataforma espiritual, e, portanto, todos podem participar do cantar, não sendo necessária qualquer qualificação prévia.

No início, pode não haver a presença de todos os êxtases transcendentais, que são em total de oito: aturdimento, transpiração, arrepio dos pelos corpóreos, balbuciência, tremor, palidez, choro em êxtase e estado de transe. Contudo, não há dúvidas de que o cantar, mesmo que seja breve, pode levar a pessoa imediatamente à plataforma espiritual, e, desta forma, ela mostra o primeiro sintoma disso na vontade de dançar juntamente com o cantar do mantra. Nós vemos isso acontecer. Até mesmo uma criança pode participar do cantar e do dançar. Se a pessoa estiver muito enredada na vida material, é certamente necessário um pouco mais de tempo para que chegue ao nível padrão, mas até mesmo um homem absorto no modo de vida materialista pode alcançar a plataforma espiritual muito rapidamente. Quando o mantra é cantado de modo amoroso por um devoto puro do Senhor, ele produz a maior eficácia nos ouvintes, em virtude do que esse mantra deve ser ouvido a partir dos lábios de um devoto puro do Senhor, para que então efeitos imediatos possam ser obtidos. Tanto quanto possível, o canto dos não-devotos deve ser evitado. Leite tocado pelos lábios de uma serpente possui efeitos venenosos.

A palavra “Hara” é a maneira de se dirigir à energia do Senhor, e as palavras “Krishna” e “Rama” são formas de se dirigir ao próprio Senhor. Ambas as palavras “Krishna” e “Rama” significam “o prazer supremo”, e “Hara” é a suprema energia do Senhor, a qual, conjugada no vocativo, torna-se “Hare”. A Suprema energia de prazer do Senhor nos ajuda a alcançar o Senhor.

A energia material, chamada maya, é também um das muitas energias do Senhor. E nós, as entidades vivas, também somos energia, a energia marginal do Senhor. As entidades vivas são descritas como superiores à energia material. Quando a energia superior entra em contato com a energia inferior, uma situação incompatível surge, mas, quando a energia marginal superior entra em contato com a energia superior, Hara, ela se estabelece em felicidade, sua condição normal.

Estas três palavras “Hare”, “Krishna” e “Rama” são as sementes transcendentais do Maha-mantra. O cantar é um chamado espiritual para o Senhor e Sua energia darem proteção à alma condicionada. Esse cantar é exatamente como o choro genuíno de uma criança pela presença de sua mãe. A mãe Hara ajuda o devoto a alcançar a graça do pai, e o Senhor Se revela para o devoto que canta essemantra sinceramente.

Nenhum outro meio de perfeição espiritual é tão efetivo nesta era de desavenças e hipocrisia quanto o cantar do Maha-mantra: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.





Fonte: http://voltaaosupremo.com/artigos/artigos/o-significado-do-mantra-hare-krishna/

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Meditação – Árvore da Vida

É preferível que este exercício seja feito ao ar livre, em um lugar em meio à Natureza, mesmo que seja apenas um pequeno gramado de um jardim. Mesmo que o faça dentro de casa, procure ter uma planta próxima a você, para reforçar a sua ligação com a Terra. O exercício da Árvore da Vida é utilizado para diversos fins. São eles:

  1. Harmonização do praticante com a Natureza;
  2. Redistribuição da sua energia interna, a fim de equilibrá-lo;
  3. Energização do praticante, pois ele sugará energia da própria Terra;
  4. Centramento e relaxamento; e
  5. Meditação.
Se realizado em grupo, servirá também para harmonizar a energia do grupo, o que pode ser extremamente útil antes de um ritual.


REALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ÁRVORE DA VIDA


Sente-se confortavelmente no solo, de pernas cruzadas e a coluna ereta. Se desejar, encoste-se em uma árvore. Respire profunda e calmamente.
Sinta o ar se deslocando dentro de você, entrando pelas suas narinas, descendo pela garganta, entrando no pulmão e daí para todos os lugares do seu corpo: braços, mãos, pernas, pés, cabeça, ouvidos, olhos, tudo.
Sinta a energia da Terra abaixo de você. É a energia da nossa Mãe, que pode e vai nos energizar, dando-nos mais vigor.
Imagine que as suas pernas cruzadas transformam-se nas raízes de uma árvore. Imagine agora que estas raízes penetram profundamente na Terra e levam consigo todas as tensões do seu corpo, espírito e alma, livrando-o delas. Sinta-se relaxado, livre do que te incomoda.
Agora sinta que as suas raízes criadas sugam a energia da Terra. Esta energia sobe pelas suas raízes e preenchem totalmente as suas pernas cruzadas. Perceba que tipo de reação você sente. As suas pernas estão mais aquecidas? Mais frias? Sente uma eletricidade estática?
Então, à medida que você vai sugando essa energia, ela vai subindo pelo seu corpo e o seu tronco se transforma em um tronco de árvore. É um tronco robusto, forte, cheio de energia vital, vigoroso! Perceba a energia da Terra preenchendo o seu baixo ventre, o plexo solar, o tórax, os ombros...
E então a energia da Terra continua subindo por você e dos seus ombros para cima são formadas os galhos, as folhas, as flores e os frutos da Árvore da Vida. Imagine os galhos nascendo, as folhas se desenvolvendo, os frutos brotando... Toda a sua cabeça está repleta da energia da Terra...
A Árvore nasceu e chegou ao seu auge. Agora vem o seu declínio. Imagine que os frutos da Árvore que brotaram, agora se desenvolvem, amadurecem e, por fim, apodrecem e caem ao solo. Sinta a perda da energia desgastada caindo ao solo. Então sinta o solo reabsorvendo a energia dos frutos que caem e transmutando-a novamente na energia da Terra. Então esta energia novamente é sugada pelas suas raízes e sobe pelo tronco até chegar novamente aos galhos, para dar continuidade ao ciclo da vida da Árvore que é você.
Caso você esteja praticando sozinho este exercício, pode finalizá-lo. Para isso, primeiramente é preciso que você inspire profundamente a energia que te circunda e então a deixe descer pela sua espinha, rumo ao solo, para ser reabsorvida pelo solo. Isso serve para que qualquer energia em excesso saia do seu corpo e volte para a Terra. Se isso não for feito, é capaz de você ficar com dor de cabeça, dores musculares ou outros incômodos, devido ao excesso de energia.
Caso você esteja praticando em grupo. Há mais um passo a ser feito. Os praticantes devem estar sentados em círculo. Todos devem imaginar os seus galhos se alongando e se entrelaçando com os galhos dos praticantes vizinhos. Isso criará uma ligação energética entre eles.
Devem agora sentir a energia circulando entre eles. Em que sentido a energia circula? Horário ou anti-horário? Procurem perceber isso, sem nunca tentar influir o sentido pelo qual a energia circula.
Após algum tempo, a ser determinado por quem estiver guiando a meditação, deve-se encerrar o exercício da mesma forma como já foi explicado para o praticante solitário.


Fonte: A Dança Cósmica das Feiticeiras, Starhawk, Ed. Nova Era e His Story Masculinity in the Post-Patriarchal World, Nicholas Mann, Ed. Llwellyn Publications.

domingo, 20 de setembro de 2015

Meditação pagã



Quer como objecto de desenvolvimento pessoal , quer como simples procura da paz de espírito a meditação é um instrumento indispensável na vida e no quotidiano de todas as pessoas.

A meditação é a pratica pela qual se consegue o equilíbrio e controlo mental . Ao focar a mente num objecto e impedir as ondas de pensamentos desordenadas, começamos a descobrir a nossa verdadeira natureza , a ganhar sabedoria , tranquilidade e a tão desejada paz de espírito.


Muito se poderia dizer sobre a meditação , mas para que se fique com uma ideia muito geral de como praticar , passo a descrever onze princípios básicos para a pratica da meditação:

1º Arranje um local calmo e agradável para praticar a meditação .Coloque uma luz suave e tente criar um ambiente onde se sinta bem e possa descontrair .Com o tempo a energia que irá criar nesse ambiente ajudará a acalmar a mente , por isso é importante que o local onde se pratica seja sempre o mesmo.

2º Escolha uma hora do dia em que possa dispor de uns minutos só para si , livre de todos os problemas e preocupações . Eu pessoalmente acho que a melhor hora do dia é de manhã quando a família ainda está a dormir ou no fim do dia .Tente praticar todos os dias à mesma hora , fazer isso e utilizando sempre o mesmo local condiciona a mente a acalmar.

3º Sente-se com as costas direitas e a cabeça no prolongamento da coluna , deste modo a energia flui livremente entre os chackras ( centros energéticos , VER FIGURA NO FIM DE PÁGINA)

4º Comece por relaxar , vá sentindo os pés a ficarem moles e pesados , os tornozelos , a barriga das pernas , os joelhos , as coxas , o abdômen , as costas , o peito , a caixa toraxica , os ombros , o pescoço , os braços , as mãos , os dedos , o craneo , a face , a boca e as sobrancelhas .... faça-o com calma , dando instruções aos diversos membros , ( meu pescoço está mole ...pesado ....descontraído ..). De inicio pode sentir alguma dificuldade , mas com o tempo o relaxamento vai-se tornando mais fácil e mais rápido até quase se tornar instantâneo .

5º Dê instruções à mente para se acalmar , por exemplo : vou ficar calmo durante toda a sessão ...vou ficar calmo durante toda a sessão ...

6º Regule a respiração . A mente e a respiração trabalham em conjunto .Respire fundo e expire bem , aos poucos vã abrandando o ritmo respiratório , a mente acalma-se por consequência.

7º Estabeleça um ritmo respiratório , por exemplo , inspirar em três tempos e expirar em três tempos. Mais tarde esta pratica pode ser alterada por outra.

8º De inicio deixe a mente divagar, se forçar a concentradão ou tentar para os pensamentos, apenas estará a atrasar todo o processo. DEIXE A MENTE ESVAZIAR.

9º Escolha um ponto, de preferência um dos chackras, e descanse a mente nesse ponto .Se for uma pessoa mais emotiva pode escolher o chackra do plexo solar , situado logo abaixo da linha do peito . Se for mais intelectual pode escolher o chackra do terceiro olho , entre as sobrancelhas.

10º Escolha um objecto de meditação , seja o que for , uma flor , uma imagem , qualquer coisa .... tente manter a imagem desse objecto durante a sessão .

11º Não desista . A persistência é imprescindível , ninguém aprende a meditar num mês , por muito que alguns livros digam que sim .

A mente pode ser o nosso maior amigo ou o nosso maior inimigo , cabe a cada um de nós escolher se a queremos como aliada ou rival .

Por ultimo é preciso lembrar que a meditação não se ensina , tal como não se pode ensinar a dormir , mas com a pratica pode ser conquistada e pode ser uma experiência muito gratificante , aumentando em muito o potencial mental e ético de cada um .Vai ter oportunidade de verificar !!!!!

Com votos de boas práticas


sábado, 12 de setembro de 2015

Verdades e Mentiras sobre a Wicca


Existe uma enorme diferença o que é visível e o que a Wicca realmente é; porém, como é difícil traduzir  seja em palavras ou algo perceptível e palpável, também é compreensível sua banalização, como forma de popularizar ou introduzir os interessados neste tema, mesmo que, algumas vezes, esta forma cause equívocos ou traga conseqüências negativas, pois mesmo esta é uma forma de aprender; afinal também se aprende com os próprios erros.

Tentando dissolver as brumas que encobrem o assunto: a Wicca é o nome dado para antiga religião praticada pelos povos Celta, também conhecida como bruxaria ou a “Arte”.

Como sua origem é européia não tem relação, exceto algumas similaridades, com práticas de povos orientais, africanos ou indígenas, muito embora coexista tranqüilamente com estas, pois respeita o que de melhor cada povo desenvolveu.

É uma religião, filosofia e estilo de vida, transmitida por tradição oral, muito embora possuíssem escrita, os Celtas não usavam a escrita para registrar ou fixar seus procedimentos, pois consideravam que escrevendo limitavam o desenvolvimento desta religião, que tendo uma linha diretriz poderia ser maculada pelas contingências, valores, conceitos e até mesmo interesses de uma época.

Esta falta de um código escrito possibilitou a ocorrência de duas coisas; uma muito positiva, a sua evolução e atualidade, pois tendo crescido em células familiares se desenvolveu sem grandes pretensões de atingir o grande público, mantendo também sua essência. Outra conseqüência foi que se criasse e atribuísse a Wicca conceitos, práticas que não lhe pertenciam, o que é bem óbvio para quem entende o seu cerne e sabe que muitas vezes colidem, mas que para o grande público passa imperceptível, incorporando práticas de outras tradições, talvez com intuito de completá-la, só que ela é completa.

É difícil aceitar como positiva esta miscelânea, pois cada tradição é o substrato filosófico e espiritual de uma cultura, liga cada povo à sua Egrégora, ou melhor, explicando, quando praticamos as tradições de nosso povo reforçamos os laços de identidade cultural, vínculos com o plano espiritual correspondente e com nossos mentores. O ecletismo forma uma cultura homogênea que nivela por baixo, para ter aceitabilidade, mutila conceitos e valores de suas tradições de origem transformando-as em meras práticas para o alcance de objetivos bem distantes do conteúdo espiritual a que se destinavam primordialmente, não promovendo, portanto, nem crescimento, nem equilíbrio e nem espiritualidade.

A propósito deste tema, esta miscelânea espiritual, o filósofo americano Ken Wilber denominou este processo de adoção seletiva de alguns valores e conceitos de uma filosofia para a sua aplicação fora de contexto, de “Boomerite” para ele este fenômeno apareceu com a geração pós guerra ( os Baby Boomers) , que pretendendo entender os valores orientais, adotaram práticas como a meditação budista buscando a iluminação e transcendência que as religiões do Ocidente não promoviam, só que desconsiderando o fato de que estas práticas vem de um contexto de valores e costumes de um povo que são impraticáveis no mundo ocidental, praticas assim fora de contexto criam um falso verniz de consciência e evolução sem desatar nós internos.

De modo que sendo a Wicca uma tradição ocidental é uma fonte mais fácil de ser assimilada por ocidentais.

Não que isto signifique que seja superior, ou melhor. A Wicca não é uma religião de massa, seu caminho é para os buscadores individuais que estejam dispostos a desenvolver a consciência, a identidade e a conexão com a própria alma.

A Arte é freqüentemente associada a feitiços, ritos para a obtenção de algo, como se sua finalidade fosse exclusivamente esta, uma interpretação errônea do fato de utilizarmos materiais e o auxilio de força elemental de plantas, pedras, fogo etc. em rituais, por que desenvolvemos a capacidade de acessar a consciência presente em tudo, interagimos com ela podendo, também pedir o auxílio.

A prática da magia é uma conseqüência de longos anos de treino para o desenvolvimento da consciência, a percepção de universos paralelos e a criação do que chamamos de personalidade mágica, um senso de identidade ampliada que suplanta a comum. Assim, a mera execução de feitiços descritos em livros ou sortilégios não são operações de magia é preciso estar habilitado para executá-las, aliás, quando se está habilitado nem é  preciso executa-las.

O desenvolvimento da percepção nos habilita a lidar com experiências de limiar ,ou “entre mundos”(momentos ou situações de transição como fases da Lua, as estações do ano e seus quartos,chamados festivais entre outros incluindo transições pessoais, fases de crescimento etc.). Esta percepção traz consigo a capacidade de avaliar com reverência o poder contido nestes momentos como portais.

O desenvolvimento da consciência é um tanto parecido, pois através da consciência acessamos estes portais. A consciência não se forja senão com empenho, não se pula etapas, não se acessa um determinado portal com a exceção de um rito se não houver desenvolvido a consciência  necessária para assimila-lo , quanto muito, o que pode acontecer é que se  tenha impressões distorcidas, maculadas pela própria ignorância e dificuldade em interpretá-las, não trazendo nem crescimento, nem  evolução, pelo contrário pode causar desequilíbrio psíquico, como no caso de alucinações, medos etc., resultados comuns em praticantes inexperientes que querem alçar vôos mais altos sem a devida competência.

A personalidade mágica é o resultado de um processo de auto-transcendência e é pressuposto para que ocorra a iniciação, quando se recebe um novo nome com o qual passa a se apresentar diante do plano espiritual que o recebe como iniciando o caminho. A iniciação não é conferida pela bruxa/o mais experiente, ela é confirmada num rito onde o iniciado sela seu compromisso, mas depois da autorização do plano espiritual .

O treinamento mágico inclui não apenas um conhecimento teórico, o desenvolvimento espiritual, o auto-conhecimento, o desenvolvimento de habilidades psíquicas, como também uma prática de  desenvolvimento integral, por isso envolve assuntos tão díspares como culinária, sexualidade , uso medicinal e mágico de plantas, ervas, cristais, exercícios entre outros; acreditamos que a evolução só se dá se todos os aspectos evoluírem, pois desenvolver a mente  sem desenvolver o emocional, ou psíquico e o espiritual descompassa e dissocia o indivíduo  de sua natureza e ritmo e da Natureza, o desenvolvimento deve ocorrer em seus múltiplos aspectos, só se alcança outro nível quando todas as partes de si mesmo alcançaram este nível.

Os estados alterados usados na bruxaria devem ser alcançados naturalmente, caso contrário não há desenvolvimento da consciência, mas da inconsciência.

A Wicca também é confundida com movimentos culturais e modismos adotados pelos jovens. De um lado as novas gerações vêm de encarnações onde esta prática foi difundida, mas nascendo no contexto de hoje, os jovens podem misturar coisas que não correspondem ao estilo de vida wicca.

Um exemplo é o uso da roupa preta símbolo de introspecção e recolhimento não é nem uniforme de bruxo, nem uma forma de ser reconhecido como tal.

O mesmo se dá com os amuletos e pentagrama que embora possam ser de grande beleza, não são meros adornos.

Quais são os valores wiccanos? O estilo de vida natural, vital, primordial. Acreditamos que a formação dos valores atuais tornou a alimentação artificial, os relacionamentos artificiais e papéis artificiais.

Como no caso no essencial masculino e feminino a homogeneidade dos papéis violou a essência sob a égide de uma causa aparentemente nobre, a igualdade de direitos e deveres, perdeu-se a noção de que antes era preciso reconhecer as desigualdades. Assim como no caso do budismo Boomerite os ocidentais estavam desacostumados demais em respeitar os direitos femininos, não souberam realizar o processo de recuperação destes direitos de forma sábia, provocando profunda desorientação nos relacionamentos.

Como wiccanos buscamos o feminino e masculino primordiais traduzidos em nossas divindades, mas reconhecemos que houve conquistas no movimento feminista, inclusive o próprio ressurgimento da Wicca , já que a imagem da bruxa, não a velha feia e má, mas a mulher madura ,dona de si e sábia condizia muito com o papel que as feministas pretendiam ter, o seriado a feiticeira dos anos 60  é uma confirmação deste fato.

Mais tarde no movimento hippie outro valor wiccano veio à tona, a liberação sexual, com conseqüente mais liberdade no vestir e lidar com o corpo.

Nos anos 80 a busca por formas alternativas de cura e o aparecimento do movimento ecologista, resgatou a idéia de que a Natureza e nós fazíamos parte de um grande organismo vivo Gaia (conceito de James Lovelock), que precisávamos lutar pela vida, movimento que mobilizou indivíduos em todas as nações e pressionou governantes a mudarem o enfoque da exploração de recursos, a bruxaria sempre considerou a Terra uma Deusa e sempre considerou os seres vivos colegas.

A idéia superior e mais abrangente sobre a sacralidade do Planeta também  foi tratada por Ruperti Sheldrake em Renascimento da Natureza, onde apresentava o conceito de campos mórficos (alma) de plantas e lugares,algo como uma consciência que transmitia informações a indivíduos da mesma espécie,e incentivava a que mais do que preservar ou conhecer os lugares voltássemos a realizar peregrinações e realizar rituais em locais conhecidos como sagrados, centro de força (limiares, entre mundos), para que a nossa atitude reverente agregasse ainda mais poder a estes locais, conceito que justifica todo empenho de bruxos em realizar as celebrações em locais abertos na Natureza, agradecendo e abençoando a fertilidade da Terra.

Na Europa estes locais sagrados, os nemetons e fontes sagradas onde os druidas realizavam seus rituais deram lugar à construção de igrejas, mantendo ainda assim o seu poder. Para a bruxaria a Natureza  intocada é por si só um templo, tendo a abóbada celeste como limite, idéia da prática da magia dos lugares é por que neles a energia telúrica e astral é maior, fator que colaboraria com a intenção desejada, semelhante ao que no oriente chama-se Feng Shui.

Mas não só as florestas de carvalho possuíam a força da natureza, mas o ser humano também, em seu corpo, mais precisamente na área sexual, justamente por sua função criadora. Aí então chegamos a um dos valores wiccanos mais polêmicos, pois enquanto outras filosofias consideram o sexo e a matéria em si como inferiores ao espírito, os wiccanos consideram-na o espírito corporificado e sem uma sexualidade saudável não há desenvolvimento integral e mais, esta sexualidade integrada abarca todas as orientações. Já seria controverso atribuir poder ao feminino e a Natureza frente as filosofia patriarcais, mas a idéia de uma sexualidade sagrada, tendo o corpo como templo, com ritos envolvendo sexo, eram valores audaciosos demais e até hoje sofremos preconceitos por isto.

Para os bruxos algo só é superior se puder abarcar ou transcender o que é inferior, nunca excluir, assim se possuímos um corpo tudo nele é natural e passível de ser um fator que contribua a nossa evolução.

Outro valor igualmente polêmico dentro da bruxaria é a possibilidade de contato direto com as divindades, por ser uma religião xamânica e sacerdotal é pressuposto que seus praticantes se desenvolvam a fim de obter contato com plano espiritual, não há fiéis, ou seja, leigos que obtenham orientação por meio do sacerdote. Esta comunicação pode ser realizada pela via xamânica, por sonhos e ainda complementada por oráculos, presságios e observação astrológica.

Pode parecer superstição para as mentes mais racionais ou céticas, mas para alguém com percepção ampliada é possível “ler” a vontade de Deus em tudo, por que a vida esta em perfeita comunicação com quem sabe ouvir. Daí muitos bruxos terem sido considerados profetas.

Outro valor importante é o de respeito a crença e filosofias diferentes da nossa, não queremos converte ninguém, cada qual deve seguir o que seu entendimento considera melhor, mas que não misturemos tradições o que nos afastaria de nossa família espiritual.

A bruxaria nunca foi “anti” alguma coisa, existe muito trabalho interno de que se ocupar para haver preocupação de se opor a algo.

Quanto muito, nos dedicamos a escrever e esclarecer usando dos meios disponíveis para retirar as brumas que séculos de perseguições nos envolveram e que praticantes mal informados acrescentaram, resgatando o tesouro espiritual do Ocidente da marginalidade, pois cedo ou tarde, as pessoas gostarão de reencontrá-lo para saciarem sua sede de espírito.


fonte :www.wiccaciadasbruxas.com.br

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O que é o PAGANISMO?


O que é PAGANISMO?

Ao contrário do que se pensa, Paganismo nada tem a ver com o culto ao demônio - até porque o demônio não passa de uma invenção das tradições judaico-cristãs. A palavra "PAGÃO" vem do latim "paganus", que é aquele que mora no "pagus", no campo, na Natureza. Assim, pode-se dizer que, em termos religiosos, o Paganismo é o culto e o respeito às forças da Natureza. Para o Pagão, toda a Natureza é viva, é Sagrada - e seus deuses e deusas refletem essa crença, oferecendo conforto e equilíbrio àqueles que compreendem o real significado de se respeitar a Natureza.

Muitos equívocos são propagados quanto ao real sentido da palavra "paganismo", por dicionários, enciclopédias e até mesmo por seus seguidores. Em alguns casos, o termo pagão é empregue como sinônimo de não-cristão - o que é um grande erro, pois assim se incluiriam religiões como o Judaísmo, o Islã e outras, as quais não possuem componentes distintamente "pagãos" no sentido real da palavra - ou seja, de respeito à Natureza. Em outros verbetes, um "pagão" é aquele que ainda não foi batizado no cristianismo. Em outros mais, os termos "paganismo" e "ateísmo" são confundidos, pois ateu é aquele que não crê em nada, não possui religião - bem diferente da noção de paganismo enquanto caminho religioso.

Mas quem são os pagãos? Originalmente, esse termo era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs". Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antigüidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões. Dentre estas correntes neo-pagãs, sem dúvida duas ganham destaque: a wicca e o neo-druidismo.

Texto de Claudio Quintino (Crow) 
Autor de "O Livro da Mitologia Celta"

sábado, 5 de setembro de 2015

10 livros sobre bruxaria

1. 

Dança Cósmica das Feiticeiras (Starhawk)
Este livro da Starhawk é unanimidade de indicações quando falamos em Bruxaria, Wicca, Paganismo, espiritualidade ligada aos sagrados feminino e masculino etc. É o típico livro que todo praticante deve ler, não importa a idade, o quanto já sabe etc etc. O livro é inteiro bom, cheio de conceitos e pensamentos essenciais, além de sugestões de práticas para todo o desenrolar de uma vida como praticante. Se eu pudesse indicar somente um livro para alguém que queira ser bruxo, eu indicaria este. Logo, ele figura aqui, no primeiríssimo lugar.
  


2.
Wicca, a Religião da Deusa (Claudiney Prieto)

11 entre 10 praticantes brasileiros indicam este livro. Ele é bastante popular e responsável pela formação de um certo senso comum a respeito da Wicca no Brasil, tamanha sua influência. Contém o básico sobre a religião e sugestões de rituais.






3.
Enciclopédia da Bruxaria (Doreen Valiente)

Considero este o melhor livro sobre Bruxaria já publicado. Trata-se de uma enciclopédia completa a ser usada pelos estudiosos deste assunto tão vasto e fascinante por meio de verbetes explicativos que vão de termos ligados à Bruxaria a uma síntese biográfica a respeito dos grandes nomes do mundo da magia e do ocultismo, como Aleister Crowley, Charles Leland, Gerald Gardner, John Dee e Margaret Murray. Doreen Valiente foi iniciada pelo próprio Gardner e sua contribuição à história da Wicca é indiscutível. Ela é a responsável pela versão da Carga da Deusa conhecida atualmente, apenas para dar um exemplo. 
4.

Bruxaria Hereditária (Raven Grimassi)

Imagine um livro sobre Bruxaria italiana sem frescuras. Além disso, com uma enorme sugestão de práticas e costumes antigos, ilustrações bacanas, dados históricos sobre a religião e muito mais. Apesar de o autor ter pego para si mesmo o monopólio das publicações sobre o assunto (e, por isso, acabamos tendo uma única visão), o livro é muitíssimo interessante e bastante recomendado.



5.
Guia Essencial da Bruxa Solitária (Scott Cuningham)

Geralmente este livro é o primeiro que a pessoa lê quando começa a se interessar por Wicca e Bruxaria. Trata-se de um livro de leitura fácil, sem enrolações, e com o básico da religião. Extremamente popular e, por isso, essencial para quem quer se tornar um(a) bruxo(a).






6.
 Os Mistérios Wiccanos (Raven Grimassi)

Talvez alguns leitores considerem este livro ruim, pois buscam na Bruxaria apenas feitiços de amor e outras futilidades. Porém, este é um dos melhores livros sobre Wicca disponíveis no mercado brasileiro, recomendado pela maioria dos bruxos e bruxas de nosso país. Fala da história da religião, crenças e MUITAS outras coisas bacanas. Altamente recomendado àqueles que buscam a Bruxaria DE MANEIRA SÉRIA. Àqueles que buscam feitiços, passem longe.



7.
 Livro Mágico da Lua (D.J. Conway)

Este é um livro que eu consulto sempre e utilizo muito em minhas práticas pessoais. São sugestões de práticas e rituais de acordo com cada lunação. Muito bom!





8.

A Bruxaria Hoje (Gerald Gardner)

O primeiro livro de Gardner é um marco na história da Bruxaria contemporânea. Nele, há desmistificações a respeito do que as bruxas (e bruxos) faziam antigamente e faziam na época de Gardner (cerca de 50 anos atrás). Depois desse livro, vieram todos os outros sobre Wicca. Esta é a importância dele.

 
 9.

Enciclopédia de Wicca e Bruxaria (Raven Grimassi)

Imagine que você esteja em casa e precise de uma referência rápida sobre qualquer assunto relacionado à Bruxaria. este é o livro que você irá consultar. Ele é enorme e uma fonte indispensável de conhecimento para todos aqueles que têm interesse na Bruxaria, sendo praticantes ou não.

 



10.
Oito Sabás Para Bruxas (Janet & Stewart Farrar)

Livro sobre a roda do ano como é praticada e vivenciada dentro da Tradição Alexandrina. Este livro é essencial pois mostra muitas fotos e descrições de práticas tradicionais wiccanas para todos os sabás.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O inquérito da origem pagã

  1. Embalsamento
    De acordo com os Egípcios, a prática de embalsamar servia para preservar o corpo, como um futuro veículo, em suporte à sua crença de que o corpo era a manifestação física da alma; o reflexo de de um ser divino interno; uma perfeitamente integrada e orquestrada união de entidade (alma) e veículo (corpo). Mesmo após a morte, remanesceria uma ligação etérea entre a alma e o corpo. Eles criam que entrar em um nível superior do ser dependia de vários aspectos, o que incluía a preparação do corpo, procedimentos cerimoniais, e acima de tudo, que o aspirante tivesse vivido uma vida livre das hostes do mal. O processo seletivo era simbolicamente representado na popular cena da "Balança", onde o coração de um defunto era pesado contra uma pena. Se a balança fosse desfavorável, o desejo do defunto por uma gloriosa nova vida remanesceria inatingido.
    Será que os servos de Deus no passado evitavam, ou mesmo abominavam o procedimento de embalsamar, por causa de suas origens pagãs? Certamente sabiam do significado religioso de tal prática. No entanto, vejam como fez José com seu pai, Jacó:
    "Assim Jacó terminou de dar ordens aos seus filhos. Recolheu então os seus pés ao leito e expirou, e foi ajuntado ao seu povo. José lançou-se então sobre a face de seu pai e rompeu em pranto sobre ele, e beijou-o. Depois, José ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem seu pai. De modo que os médicos embalsamaram Israel, e levaram com ele quarenta dias inteiros, pois levam costumeiramente tantos dias para o embalsamamento, e os egípcios continuavam a verter lágrimas por ele, por setenta dias" - Gênesis 49:33-50:3
    Conforme notado claramente, José, mesmo sendo um servo leal de Deus, e sendo ávido praticante do que é correto, não objetou em seguir um costume pagão. Naturalmente, se agiu assim e não foi condenado por Jeová, nada fez de errado. Assim, este é um relato de um servo de Deus valendo-se de costumes pagãos, ou com origens pagãs. Havemos de lembrar que estes costumes não envolviam qualquer tipo de adoração direta a um deus ou deidade, de forma que não constituía uma violação da vontade do Deus supremo e verdadeiro.

  2. Mumificação
    De acordo com O Torá: Um Comentário Moderno, o propósito da mumificação, largamente praticada no Egito, era o de preservar o corpo como uma ajuda para a alma, quando ela fizesse sua jornada para uma nova vida. Assim, o corpo era tratado com mirra e especiarias similares, lavado, e então colocado dentro de uma caverna, numa montanha.
    Novamente, observamos um procedimento de origem pagã, mas largamente utilizado pelos servos de Deus no passado. Primeiro exemplo:
    "Depois, José morreu à idade de cento e dez anos; e fizeram-no embalsamar, e ele foi posto num ataúde, no Egito." - Gênesis 50:26
    Ainda,  se observarmos os relatos contidos em Gênesis 23:11, 17, 19, 20; 25:9; 49:29,30, notaremos quão comum era tal costume de origem pagã, mesmo entre os servos de Deus.
    Agora, vejamos um exemplo que ainda que fosse solitário, falaria por tudo o mais que pudesse surgir no assunto em questão:
    "Também Nicodemos, o homem que viera a ele pela primeira vez de noite, veio trazer um rolo de mirra e aloés, cerca de trinta e três quilos [disso]. 40 Tomaram assim o corpo de Jesus e o envolveram com faixas, junto com os aromas, do modo como os judeus costumam preparar para o enterro" - João 19:39-40
    Com certeza notamos um funerário que nos faz relembrar os costumes dos egípcios, envolvendo a preparação do corpo de Cristo. Ora, com quem mais haviam os judeus aprendido tal procedimento funerário? Exatamente, os judeus adquiriram este costume, bem como aprenderam tal técnica com os egípcios, durante a época em que estiveram cativos - e adotaram como costume tal procedimento pagão, ao ponto de aplicá-lo ao filho de Deus. Agora, arrazoe: se tal atitude de se adotar procedimentos com origem pagã fosse realmente abominada por Deus, permitiria Ele que seu filho tivesse o corpo violado por tais "hediondos" costumes? Se o próprio Deus não impediu que isto acontecesse, é porque não havia nada de condenável nesta prática, apesar de sua origem pagã.

  3. Nomes
    Neste assunto vou sintetizar bem meus comentários e deixar que o leitor use de discernimento. Todos sabemos que quatro judeus, seqüencialmente: Daniel, Hananias, Misael e Azarias foram levados cativos pelas forças do império Babilônico. Lá, foram expostos a uma série de oportunidades para praticar o que era mau à vista de Deus, mas repudiaram veementemente a todas. Também, receberam nomes babilônicos, nomes pagãos, a saber: Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abednego. Repudiaram eles a estes novos nomes pagãos, cujo significado exaltava os deuses de Babilônia? Ao que parece Daniel até se simpatizou com estes nomes, uma vez que em seus escritos ele menciona seus companheiros quase sempre pelos nomes pagãos.
Agora, pense: se a utilização de nomes, palavras ou costumes pagãos fossem mesmo condenadas por Deus, aceitariam eles com naturalidade e sem oposição serem chamados por tais nomes? Ainda que não estivesse neles aceitar, utilizariam eles tais nomes se os mesmos estivessem violando sua relação com Deus? Naturalmente, se Daniel chamou seus companheiros tantas vezes de Sadraque, Mesaque e Abednego em seus escritos, não via nada demais em se adotar costumes pagãos inócuos em si mesmos.

Ainda que o leitor não concorde com todos os pontos aqui explanados, há de reconhecer que os argumentos apresentados minam a aparente lógica de ensinos tidos como verdadeiros e incontestáveis - e por vezes impostos como padrão religioso obrigatório. É exatamente o que ocorre quando se proíbe, sem apoio bíblico convincente, práticas como exemplificado abaixo:
bulletdizer "saúde" quando alguém espirra;
bulletcomemorar aniversários;
bulletcomemorar Reveillon;
bulletcomemorar dia das mães, dos pais, etc...;
bulletfazer o sinal de "jóia" com o polegar.
E a lista poderia ficar ainda muito maior. A questão final é: se na própria Bíblia, personagens que tinham a aprovação de Deus não hesitaram em adotar costumes, nomes, etc... com origem pagã - desde que estas não envolvessem ritos de adoração direta a outros deuses - por que teríamos nós que estar preocupados com estes assuntos de segunda importância, sendo que estes não ferem os princípios delineados pela Bíblia?

Quando práticas inofensivas e não condenadas na Bíblia são impostas como padrão obrigatório a ser utilizado, é impossível que não nos lembremos da atitude que tinham os fariseus na época de Jesus Cristo. Afinal, o próprio Jesus os condenou por colocarem um fardo pesado em demasia sobre o povo comum, por criarem regras pessoais de conduta e atitudes e impô-las como sendo de origem divina. Este tipo de atitude jamais foi elogiado pelo filho de Deus. Antes, foi um fator determinante nas exposições claras que Ele fez do imperialismo e da hipocrisia farisaica - características negativas estas que podemos observar hoje em alguns credos religiosos.





Traduzido e Adaptado (com inserções) de Lightbearer